No auge da
enchente, em setembro, o prefeito de Rio do Sul, Milton Hobus, impôs uma meta:
Reconstruir a cidade da catástrofe em 30 dias. Aos 53 anos de vida, ele viveu
um de seus maiores desafios, reconstruir uma cidade pela qual teve 70% de seu
território embaixo d’água. Hobus
nasceu em Rio do Sul, vivenciou as enchentes de 1983 e 1984, quando a casa dele
foi tomada pela água. Em
novembro, novamente. Perdeu tudo que tinha em casa, além de uma de suas
fábricas. A família ficou ilhada no apartamento da filha, no Centro, e mesmo
assim, ele passou os últimos dias ajudando a comunidade e tomando decisões,
como a que determinou o toque de recolher, para evitar saques ao comércio e
manter a ordem na cidade.
Sem dúvidas
foram momentos difíceis, e na medida em que a água ia baixando, o cenário da
cidade ia cada vez mais se parecendo ao de uma guerra. Muitas pessoas não
acreditavam que o Rio Itajaí-Açu iria ultrapassar os 10 metros. Desde 1983 e
1984, a cidade não tinha tido enchentes nestes níveis. Há inúmeros
relatos de pessoas que abandonaram suas casas, e levaram apenas a roupa do
corpo.
Djuan Daniel
Dubiela, 24 anos, é um morador que mora muito próximo ao Rio, e relata que
mesmo com essa proximidade, ele e sua família eram um dos muitos que não
acreditavam que a água chegaria tão alto. “Quando estava voltando
do trabalho e indo para casa, vi que a água já estava entrando na rua, deu
tempo de eu recolher algumas roupas, colocar no sótão e sair correndo.”
Circular pelas
ruas de Rio do Sul é arremessar a memória num turbilhão de flashbacks. Em cada
esquina, em cada casa, em cada rosto, uma lembrança da enchente que deixou 2
mil pessoas desabrigadas e 10 mil desalojadas. Na cidade pousavam helicópteros,
barcos atracavam, e pessoas dormiam em abrigos, é como uma cicatriz que esta
apenas começando a se cicatrizar.
Localização da casa de Djuan Daniel
“Mesmo
que ja tenha passado quase 3 meses, na minha rua há casas que ainda não foram
abertas após a enchente, os moradores abandonaram completamente e ainda há
muita lama no local. Já na minha situação, logo quando a água foi baixando, já
começamos a limpeza, e apesar de a casa estar totalmente limpa, ainda falta
repor muitas coisas, mas estamos indo com muita calma e planejando tudo, para
que quem saiba na próxima, a perda não se torne tão grande”. Relata Djuan.
“Logo quando a
água abaixa a primeira visão ao entrar em casa é de muita lama!”
O
prejuízo, segundo a prefeitura de Rio do Sul, chega a R$ 400 milhões. No
levantamento feito pelo governo estadual, a cidade teve uma perda de R$ 64, 3
milhões apenas em infraestrutura.
O
governador Raimundo Colombo esteve em Rio do Sul para destinar recursos do
Estado em convênios com o município, no valor de R$ 3,2 milhões, no esforço de
reconstrução da cidade. Na ocasião, Colombo afirmou que é dever do Estado
atender ao chamado para reconstruir as cidades atingidas pelas chuvas.
Quem
passa pelos três terrenos pelo qual todo o lixo da cidade foi depositado já tem
uma surpresa. Os montes de entulho sumiram. Foram 13 dias de trabalho intenso
para retirada de todo o lixo. Eram montanhas de peso, 18 mil toneladas. Por dia
mais de 20 caminhões levavam todo o entulho até a pedreira desativada em
Ibirama (SC).
Curioso
em meio aos entulhos a procura de algo que possa reaproveitar
Hoje
quem chega em Rio do Sul já não percebe que a cidade decretou estado de
calamidade publica, toda a população desde o inicio uniram forças e juntas
conseguiram fazer um cenário de guerra voltar ao que era antes, uma
cidade limpa, bem estruturada e florida.
Catedral de Rio do Sul, Centro
Caroline
Beber
Graças a Deus Rio do Sul ja esta voltando ao normal... Bela reportagem
ResponderExcluirFoi muito triste ver toda essa situação, mas Rio do Sul está quase como era antes, só o trânsito que ainda está um caos devido às várias pontes que foram inutilizadas. Parabéns pela matéria!
ResponderExcluirA cidade foi se recuperando aos poucos, mas ja esta muito bela denovo, como voce falou, quem passa por aqui nem percebe que a cidade decretou estado de calamidade publica. ótima matéria!
ResponderExcluirRio do Sul está quaseeee 100% maravilha!!!
ResponderExcluiragora so faltam algumas pontess!! hehe
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